Nos últimos dias, a internet foi inundada por memes que associam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao aumento de impostos e à criação de novas taxas. Um dos memes chegou a ser exibido nos telões da Times Square, em Nova York. Essas montagens humorísticas foram amplamente divulgadas pela direita bolsonarista após a aprovação de um projeto que criou uma taxação de 20% sobre produtos importados de até 50 dólares, conhecido como “taxa das blusinhas”.
Impacto nas Redes Sociais
O impacto dos memes nas redes sociais foi significativo. Um levantamento do Instituto Democracia em Xeque contabilizou quase meio milhão de posts (496.000 publicações) entre os dias 15 e 23 de julho, resultando em quase 5 milhões de interações (4,8 milhões). Os memes incluíam trocadilhos com músicas, filmes e personagens famosos, como “Zé do Taxão” e “Taxinha Pintadinha”.
Influência da Direita
Perfis ligados à direita, incluindo influenciadores do YouTube como oiLuizTV, Ancapsu e Sandro Gonçalves, foram os principais responsáveis pela disseminação dos memes. Foram pelo menos 53 vídeos com um total de 2,4 milhões de visualizações. Parlamentares como Filipe Barros, Kim Kataguiri e Bia Kicis também compartilharam os memes em suas redes sociais.
Reação da Esquerda
Políticos governistas, como Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, saíram em defesa de Haddad, argumentando que houve uma redução na carga tributária e acusando a direita de espalhar fake news. A esquerda também criou memes de apoio, retratando Haddad como “craque do jogo” e “exterminador de tributos”. No Instagram, a esquerda fez 62 publicações com 120 mil interações, enquanto a direita fez 101 posts com 1,1 milhões de interações.
Mobilização Petista
A mobilização petista incluiu figuras como Jandira Feghali e Erika Kokay, que defenderam Haddad nas redes sociais. O senador Rogério Marinho ironizou a situação, sugerindo que o advogado-geral da União acionaria “o Ministério da Verdade contra piadas na internet”. Influenciadores como Ed Raposo e o deputado Nikolas Ferreira também sugeriram que poderia haver uma tentativa de regulamentar as redes sociais.
Alcance da Pesquisa
A análise do Instituto Democracia em Xeque utilizou uma base de dados composta por 2.142 perfis no Facebook, 2.448 no Instagram e 725 canais do YouTube, classificados em segmentos de direita, esquerda e imprensa. Essa base permitiu uma visão abrangente do engajamento e da disseminação dos memes.