Brainrot: O Impacto do Consumo Excessivo de Memes e Modismos nas Redes Sociais

monny pettit
By monny pettit 4 Min Read

O consumo excessivo de memes e modismos nas redes sociais pode levar ao fenômeno conhecido como “brainrot”, ou “podridão cerebral”. Esse termo descreve a deterioração da saúde mental, comunicação e aumento da ansiedade devido ao uso excessivo de conteúdo fútil online. Especialistas alertam para os efeitos negativos desse comportamento, especialmente entre a geração Z, e recomendam limitar o uso de dispositivos móveis e buscar atividades que fortaleçam a mente.

Exemplos do Dia a Dia
Antônia Batista, uma analista de marketing de 28 anos, exemplifica bem essa situação. Durante um encontro com amigos, ela imitou um personagem do TikTok, mas ninguém achou graça. Antônia admite que usa frequentemente jargões e memes das redes sociais, o que muitas vezes causa ruídos na comunicação com seu namorado. Ela passa cerca de sete horas online por trabalho e mais três horas por lazer diariamente.

Consequências do Brainrot
O brainrot pode levar a dificuldades de concentração, comunicação e até isolamento social. A terapeuta ocupacional Renata Maria Silva Santos, da UFMG, explica que o uso excessivo de telas pode resultar em perda de habilidades de comunicação, com pessoas se expressando apenas através de memes e jargões. Isso cria um ciclo vicioso onde a comunicação se torna cada vez mais limitada e superficial.

A Popularização do Termo
O termo “brainrot” ganhou popularidade no TikTok, onde influenciadores discutem de forma humorística ou séria os efeitos do excesso de memes e trends nas conversas. Influenciadores como Heidi Becker e Joel Cave viralizaram ao mostrar como a “podridão cerebral” pode afetar a comunicação. Becker, por exemplo, faz esquetes onde se comunica apenas com expressões populares na rede social.

Tentativas de Detox
Andiara Martins, uma servidora pública de 34 anos, decidiu fazer um detox digital para reduzir a ansiedade causada pelo consumo excessivo de redes sociais. Ela percebe que, em momentos de maior ansiedade, passa mais tempo no Instagram, o que só agrava seu estado emocional. Esse ciclo vicioso é difícil de romper, mas Andiara está determinada a reduzir seu tempo online.

O Papel das Plataformas
Issaaf Karhawi, pesquisadora em Comunicação Digital, destaca que as plataformas são desenhadas para maximizar o tempo de uso dos usuários, incentivando o consumo de conteúdo superficial. Redes como Instagram e TikTok são organizadas para que os usuários assistam a anúncios e façam compras, o que contribui para a “podridão cerebral”.

Impacto na Geração Z
Adolescentes e jovens adultos da geração Z são os mais afetados pelo brainrot. Especialistas divergem sobre como mitigar esses efeitos, mas algumas recomendações incluem limitar o uso de celulares e engajar-se em atividades que fortaleçam a mente, como aprender uma nova língua ou praticar esportes. O Newport Institute, por exemplo, criou protocolos específicos para tratar os efeitos do brainrot.

Movimentos de Limpeza do Feed
Em maio, o movimento Blockout ganhou força, incentivando usuários a deixar de seguir celebridades e influenciadores que não se posicionavam sobre questões importantes, como o conflito Israel-Hamas. Esse movimento se expandiu para uma limpeza geral do feed, com usuários fazendo listas de contas a serem bloqueadas para melhorar a qualidade do conteúdo consumido.

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