Trombofilias hereditárias na fertilização in vitro: como identificar e manejar os riscos

Monny Pettit
By Monny Pettit 5 Min Read

Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que as trombofilias hereditárias, distúrbios genéticos que aumentam a tendência à formação de coágulos sanguíneos, têm grande relevância no contexto da reprodução assistida, especialmente na fertilização in vitro (FIV). 

Embora nem todas as mulheres portadoras dessas condições apresentem problemas para engravidar, há casos em que as trombofilias podem estar associadas a falhas de implantação embrionária, abortos de repetição e complicações gestacionais, como pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. Por isso, a avaliação cuidadosa e o manejo adequado desses distúrbios são essenciais para garantir a segurança e o sucesso do tratamento.

O que são trombofilias hereditárias e quais os tipos mais comuns

Trombofilias hereditárias englobam mutações genéticas que afetam a coagulação sanguínea, tornando o organismo mais propenso à formação de trombos. Entre as mais conhecidas estão a mutação do fator V de Leiden, a mutação do gene da protrombina (G20210A) e as deficiências de proteínas naturais anticoagulantes, como proteína C, proteína S e antitrombina III. Essas alterações podem permanecer silenciosas por anos e só se manifestarem em situações específicas, como gravidez ou tratamentos hormonais, quando o risco de trombose aumenta naturalmente.

Segundo Tosyn Lopes, o risco associado a cada tipo de trombofilia varia de acordo com a mutação e com fatores individuais, como histórico familiar, presença de outras condições médicas e hábitos de vida. Em muitos casos, a mulher desconhece ser portadora da mutação até realizar exames durante a investigação de infertilidade ou após episódios de complicações gestacionais.

Trombofilias e falhas na fertilização in vitro

Na fertilização in vitro, a relação entre trombofilias hereditárias e falhas de implantação ainda é tema de intensos debates científicos. Alguns estudos indicam que mulheres portadoras dessas alterações podem ter maior dificuldade para que o embrião se fixe ao endométrio, possivelmente em razão de microtromboses nos vasos sanguíneos uterinos. Essas obstruções prejudicam a chegada de nutrientes e oxigênio ao embrião, comprometendo as chances de sucesso do tratamento.

Conheça com Oluwatosin Tolulope Ajidahun os cuidados essenciais para segurança na FIV em casos de trombofilia.
Conheça com Oluwatosin Tolulope Ajidahun os cuidados essenciais para segurança na FIV em casos de trombofilia.

Conforme relata Oluwatosin Tolulope Ajidahun, embora a correlação não seja absoluta, muitas clínicas de reprodução assistida optam por investigar trombofilias em mulheres que apresentam repetidas falhas de implantação embrionária ou abortos recorrentes. A identificação precoce desses distúrbios permite a adoção de estratégias específicas para minimizar riscos e aumentar as taxas de gestação evolutiva.

Exames para diagnóstico das trombofilias hereditárias

A investigação das trombofilias hereditárias inclui exames genéticos e laboratoriais específicos, como pesquisa do fator V de Leiden, mutação do gene da protrombina, dosagem de homocisteína e avaliação das proteínas anticoagulantes. A decisão de solicitar esses exames depende do histórico clínico da paciente, da presença de perdas gestacionais anteriores ou de complicações tromboembólicas pessoais ou familiares.

Tosyn Lopes observa que, embora não haja consenso absoluto sobre quando investigar, a prática clínica tende a concentrar essa análise em mulheres com histórico obstétrico desfavorável ou antecedentes pessoais sugestivos de trombose. O diagnóstico correto é fundamental para individualizar o tratamento e evitar intervenções desnecessárias em mulheres que não apresentam risco elevado.

Manejo das trombofilias na fertilização in vitro

De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o manejo das trombofilias durante a FIV varia conforme o tipo de mutação e o risco trombótico associado. Em muitos casos, o uso de anticoagulantes em baixa dose, como a heparina de baixo peso molecular, é indicado para reduzir o risco de trombose e melhorar o ambiente uterino para a implantação embrionária. Além disso, o ácido acetilsalicílico em baixa dose pode ser prescrito em situações específicas, sempre sob rigorosa avaliação médica.

Tosyn Lopes comenta que o acompanhamento multidisciplinar, envolvendo ginecologistas, hematologistas e especialistas em reprodução assistida, é essencial para definir o melhor protocolo para cada paciente. Ainda que nem todas as mulheres portadoras de trombofilias precisem de tratamento preventivo, a abordagem individualizada garante maior segurança e melhores resultados nos ciclos de fertilização in vitro. Assim, o conhecimento sobre essas condições permite transformar um possível obstáculo em uma chance real de alcançar a maternidade.

Autor: Monny Pettit

As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.

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